(Água pro corpo sarar.
Água salgada do corpo é mar.
Água doce é saliva tua
pra benzer o dia.)
Água doce do cano,
que vem pro banho me fazer molhar,
sente todo meu corpo dos fios às curvas
cada gota-beijo
cada pecado-meu.
Água tão minha que escorre por entre dedos e pernas.
Água doce desce, o corpo molha
e molhado olha
o fim do banho empurrado pro ralo.
3 comentários:
Engraçado pensar que o banho todo vai pra aquele ralo pequeno, sendo o banho um ritual tão grandioso. Mas vai...
adoro tua poesia.
CArregando as sensaçoes ...
Belíssimo poema, Larissa: Parabéns !
Eu admiro à beça poesias que não ficam circunscritas ao amor, que não tenham como premissa um desejo platônico e tampouco ostentem sentimentos exacerbados por uma deusa carnal. Não que eu não goste dessas abordagens, mas os temas menos corriqueiros - tal como esse que tu escreveu - me fascinam bastante, sobretudo quando são bem contados e tão bem arquitetados assim como foi esse teu.
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