quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Banho

(Água pro corpo sarar.
Água salgada do corpo é mar.
Água doce é saliva tua
pra benzer o dia.)


Água doce do cano,
que vem pro banho me fazer molhar,
sente todo meu corpo dos fios às curvas
cada gota-beijo
cada pecado-meu.

Água tão minha que escorre por entre dedos e pernas.
Água doce desce, o corpo molha
e molhado olha
o fim do banho empurrado pro ralo.

3 comentários:

Vital disse...

Engraçado pensar que o banho todo vai pra aquele ralo pequeno, sendo o banho um ritual tão grandioso. Mas vai...

adoro tua poesia.

Emely disse...

CArregando as sensaçoes ...

Renato Eduardo disse...

Belíssimo poema, Larissa: Parabéns !

Eu admiro à beça poesias que não ficam circunscritas ao amor, que não tenham como premissa um desejo platônico e tampouco ostentem sentimentos exacerbados por uma deusa carnal. Não que eu não goste dessas abordagens, mas os temas menos corriqueiros - tal como esse que tu escreveu - me fascinam bastante, sobretudo quando são bem contados e tão bem arquitetados assim como foi esse teu.