sábado, 31 de agosto de 2013

Espuma

"- Zé gosta disso: Deixar tudo aos pedaços pelo caminho. Gosta de quebrar, desconcertar, ver os cacos e colar tudo depois. Sabe como é? Ele vai deixando em cada olhar trocado, ladeira subida, rua alagada, pracinha de interior, carnaval, vai deixando... Já chamaram Zé de artista, por essa mania de fazer mosaico da vida. Pra mim, não passa daquele tipo que deixa ir, que vai, não sente falta e poucas vezes saudade. Ele quase esquece. E é no "quase" que ele volta pra buscar os cacos e é no "quase" que a gente acredita na volta e ele vai embora de novo. Num cai nessa não, menina! Num cai nessa não! Deixa Zé colando vida pra lá..."


Zé um dia me disse que não faz arte,  faz amor. E acho que por isso ele transforma, por isso vai e volta, por isso busca... Eu olhei dentro dos olhos de Zé. Zé sente sim, sente muito. A gente é que pensa saber demais!

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