Sinto tanta saudade daquela rua de casa, do sol que escondia atrás da casa da árvore, lembra? Os dias por aqui tem uma cor diferente. Os garotos são tão bonitos e interessantes quanto imaginávamos, mas poucos, poucos tem aquele sorriso de primeiro beijo que os meninos daí tem. O céu aqui começa escurecer às 19h (parece esperar os que os ônibus esperam). Alguns lugares lembram muito Caetano, outros a Renata. Poucos cães abandonados nas ruas e muita, muita gente vivendo em situações piores que as dos cães que adotávamos por aí. Aqui muitos não se calam. Eles se articulam, se abraçam, se pedem. A distância entre os bairros, os tantos prefixos e CEPs e tribos e cores e cheiros é... inspirador! As vezes me sinto como uma criança na fase dos porquês, noutras me sinto tão madura quanto uma cinquentona! Me sinto imensa.
Continuo chorando com a novela das oito, lendo sobre política e pensando "deve haver uma saída". Continuo me emputecendo com injustiças e me alegrando quando alguém ganha na mega-sena sozinho! Estou bem, me adaptando, me encantando, me descobrindo... E continuo com sotaque nosso, continuo financiando andarilhos e dormindo de meias.
Ainda ouço "Exagerado" pra não esquecer quem sou e como nos amamos assim, como somos.
Continuo sentindo saudade, principalmente quando chove e não estamos todos juntos imaginando o papo das gotas. Continuo caminhando e descobrindo cada saudade mais, o quanto somos um.
Amor,
2 comentários:
Preciso!
Desta carta eu queria ser a assinatura ou o destinatário! Mas o bom é saber que existem cartas assim que circulam... aumenta o gosto de perambular uma vida por este mundo!
Larissa!!!
Que lindo, maravilhoso!
Virei sempre por aqui...onde está?
Saudades,
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