quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Carta



Sinto tanta saudade daquela rua de casa, do sol que escondia atrás da casa da árvore, lembra? Os dias por aqui tem uma cor diferente. Os garotos são tão bonitos e interessantes quanto imaginávamos, mas poucos, poucos tem aquele sorriso de primeiro beijo que os meninos daí tem. O céu aqui começa escurecer às 19h (parece esperar os que os ônibus esperam). Alguns lugares lembram muito Caetano, outros a Renata. Poucos cães abandonados nas ruas e muita, muita gente vivendo em situações piores que as dos cães que adotávamos por aí. Aqui muitos não se calam. Eles se articulam, se abraçam, se pedem. A distância entre os bairros, os tantos prefixos e CEPs e tribos e cores e cheiros é... inspirador! As vezes me sinto como uma criança na fase dos porquês, noutras me sinto tão madura quanto uma cinquentona! Me sinto imensa.

Continuo chorando com a novela das oito, lendo sobre política e pensando "deve haver uma saída". Continuo me emputecendo com injustiças e me alegrando quando alguém ganha na mega-sena sozinho!  Estou bem, me adaptando, me encantando, me descobrindo... E continuo com sotaque nosso, continuo financiando andarilhos e dormindo de meias.
Ainda ouço "Exagerado" pra não esquecer quem sou e como nos amamos assim, como somos.
Continuo sentindo saudade, principalmente quando chove e não estamos todos juntos imaginando o papo das gotas. Continuo caminhando e descobrindo cada saudade mais, o quanto somos um.

Amor,

2 comentários:

Delon disse...

Preciso!

Desta carta eu queria ser a assinatura ou o destinatário! Mas o bom é saber que existem cartas assim que circulam... aumenta o gosto de perambular uma vida por este mundo!

Simone Costa disse...

Larissa!!!
Que lindo, maravilhoso!
Virei sempre por aqui...onde está?

Saudades,

visite www.simonecosta.wordpress.com